domingo, 17 de outubro de 2021

Governo, População e Território

 Que tempos são estes em que 

uma conversa é quase um crime, por incluir

o já explicito? ( Brecht apud Zizek : 2012, 22)


De fato, hoje, vivemos o tempo da confusão! Não só da confusão, mas também o tempo em que opinar, questionar e refletir coloca o sujeito em apuros. O mais assustador é que a proibição se opera de uma maneira realmente engenhosa e como se dá essa proibição? Hoje o seu quastionamento a respeito de assuntos controversos é imediatamente respondido, mas não com uma escuta que proporcione uma discussão, nada disso! A resposta lhe é dada, dependendo do assunto, de forma a não permitir avanço a respeito da questão. Então se você percebe contradições nas orientações sanitárias atuais, por exemplo, você passa a ser classificado como negacionista ou irresponsável que não quer contribuir com o "bem comum". Mas o fato é que não há, verdadeiamente,  preocupação com o bem comum daqueles que diariamente se acotovelam em trens e  ônibus do transporte público, onde não há possibilidade de distânciamento algum. Essas pessoas vivem como se não houvesse pandemia mas não por vontade  própria. Então não ha como resolver essa questão e se o trabalhador por algum motivo não passou pela imunização, por não concordar ou por motivo de saúde, ele ainda correrá o risco de perder seu emprego. Isso, ainda que pouco noticiado pelo nosso telejornalismo,  já acontece em paises da Europa. Aquilo que, a princípio, parecia um cuidado com a saúde em função da catastrofe  que se abateu sobre o planeta, vai se revelando como um ensaio para um outro tipo de controle. Monsenhor Sanahuja, atribui esse tipo de comportamento a exclusão de Deus das decisões humanas quando nos diz:

    A sociedade e o Estado excluiram Deus, e onde Deus é excluido, a lei da organização criminal toma seu lugar, não importa se de forma descarada ou sutil. Isso começa a trnar-se evidente ali onde a eliminação organizada de pessoas inocentes , ainda não nasciidas , se reveste de uma aparência de direito, por ter a seu favor a proteção do interesse da maioria( SANAHUJA:2012, 24)  

 Sanahuja cita o caso do aborto que para nós ilustra muito bem a qustão do suposto " interesse da maioria" ou como nos referimos ações pautadas na defesa de um "bem comum".  Será a partir deste fundamento que o direito será utilizado para legitimar o que já temos percebido, ou seja, não permitir espaço para o questionamento a respeito das orientações das autoridades que agora agem de acordo com o "interesse da maioria". Assitiremos a aplicação de restrições promovidas pelo Estado a partir de diretrizes estabelecidas pelo ordenamento jurídico para modificar e conformar as pessoas.  Encontramos em Michel Schooyans uma reflexão e um alerta importante a respeito do que conhecemos como biopolítica que por meio da saúde justificará ocontrole das massas.                  

   A arma biomédica, com efeito, poderia perfeitamente passar para segundo plano a arma nuclear, na estratégia a longo termo dos poderios imperialistas. Aviolência nuclear —que permanece, fora de Hiroshima eNagasaki, uma eventualidade—vê suprida pela violência biomédica ou genética, jâ realidade. E, para se fazer uma boa avaliaçâo, a violência ideolôgica, exercida contra as inteligências e as vontades, pro- pôe uma imagem inversa da realidade. Para "legitimar" a violência biomédica, se tapeará a opiniâo fazendo acreditar que se trata de "novos direitos do homem" e de "promoçâo do desenvolvimento"( SCHOOAYNS:1993.15)

Tanto Schooyans (1993) quanto Sanhauja (2012) concordam que há uma modificação, ou melhor dizendo uma mudança das bases sobre as quais, daqui em diante, o ordenamento jurídico baseará suas decisões. Sanahuja nos alerta, inclusive de que maneira isso será feito de forma descarada ou sutíl pouco importará confirmando a inevitabilidade dos acontecimentos que estamos testemunhando hoje. Assim como Schooyans diz que seremos tapeados, sob o pretexto de que novos direitos do homem estam sendo defendidos para o desenvolvimento da humanidade. É muito interessante ouvirmos vozes que hoje ratificam o alerta feito por Sanahuja e Schooyans a respeito da retirada de Deus das desições humanas. Yuval Noah Harari ( 2016) em seu livro " Homo Deus" escancara essa perspectiva  quando nos diz

  O sucessor de Bentham, John Stuart Mill, explicou que a felicidade nada é senão o prazer e a libaertação da  dor e que para além de um e de outro, não há nem bem nem o mal. Aquele que busca deduzir o bem e o mal de algo diferente ( como a palavra de Deus ou o interesse ncional) estará tentando enganá-lo e talvez enganando a si mesmo também  ( HARARI: 2016, 44).   

Lançando um olhar amplo sobre as transformações ocorridas na sociedade não é dificil exergarmos que opera-se uma mudança estrutural. Com certeza existe um ojetivo para que tais mudanças ocorram e definiivamente as mudnças, ao contrário do que posamos imaginar, não possuem por objeto o bem da humanidade. Na verdade, lendo os autores citados,   o que se nos apresenta é um cenário de controle rigido por isso também fizemos alusão a Michel  Foucault no título deste texto pois esse filósofo cunhou a terminologia " Biopolitica" para justamente denunciar um tipo de governo prefigurado em obras como 1984 de George Orwell e Admiravél Mundo Novo de Adouls Huxeley. Distopias que estão muito próximas do que vivemos hoje.         

   


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